No dia 17 de janeiro de 2020 completam-se 25 anos sobre a morte do escritor Miguel Torga que é, para muitos, não apenas o mais representativo dos escritores transmontanos e durienses, mas também uma figura de referência da cultura e da vida cívica portuguesas do século XX.
Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha, é um vulto maior da literatura portuguesa, sempre iluminado pela esperança no Homem.
Natural de São Martinho de Anta, Sabrosa, Vila Real, nasceu a 12 agosto 1907 no seio de uma família humilde e teve uma infância rural dura, que lhe deu a conhecer a realidade do campo, sem bucolismos, feita de árduo trabalho contínuo. Após uma breve passagem pelo seminário de Lamego, emigrou com 13 anos para o Brasil, onde durante cinco anos trabalhou na fazenda de um tio, em Minas Gerais, como capinador, apanhador de café, vaqueiro e caçador de cobras. De regresso a Portugal, em 1925, concluiu o ensino liceal e frequentou em Coimbra o curso de Medicina, que terminou em 1933. Exerceu a profissão de médico em São Martinho de Anta e em outras localidades do país, fixando-se definitivamente em Coimbra, como otorrinolaringologista, em 1941.
Contista exímio, romancista, ensaísta, dramaturgo, autor de mais de 50 obras publicadas desde os 21 anos, entre as quais se encontram Bichos (1940), Contos da Montanha (1941), Novos Contos da Montanha (1944).
A ligação à terra, à região natal, a Portugal, à própria Península Ibérica e às suas gentes, é uma das constantes dos textos do autor.
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